Descarto meu cigarro pela metade e corro até o meu quarto para escrever.
O ato de escrever me é fascinante. Sempre quando estou mal penso que escrever me ajuda, mas nem sempre é assim. Freqüentemente tenho medo da escrita, de ler com meus próprios olhos o que a minha mente diz. É uma sensação estranha, temer a própria mente, os próprios pensamentos e as intuições. Acabo por repulsar e me impulsionar para a escrita simultaneamente.
Hoje eu escrevo por estar agoniado e aflito. Talvez eu esteja passando por mais uma decepção, mais uma pra minha extensa lista. Estou me decepcionando mais uma vez, e novamente minhas expectativas e ânsias caem em queda livre.
Estava estranhando a relativa duradoura sensação de paz de espírito. Shiva realmente não demora a atacar quem vos escreve.
A caixa perdeu as cores, o poço voltou a encher e outro tombo se concretiza. Não mais me incendeio, não mais obtenho êxito e a queda acaba comigo espatifado em pedaços no chão quente e cinza.
Eu realmente tento acreditar na sua teoria, de que é preciso tempo, conhecimento, pra chegar naquele degrau que eu posso esquecer os meros mortais. Mas às vezes tenho medo de isso nunca se concretizar. As situações da vida sempre me são complicadas, dolorosas e só me causam tormentos e pesadelos.
Às vezes penso naquela história de colocar tudo em uma caixa de papel, embrulhá-la e mandá-la para bem longe, para um lugar onde nem eu nem ninguém possa achá-la e abri-la. Mas sei que isso é impossível, não é mesmo?
Tento não ter expectativas, não me prender tanto a uma idéia, mas eu não consigo, eu não consigo. Acabo sempre me deslumbrando quando uma luz se acende, mesmo a luz sendo fraca e piscando vez ou outra eu sempre acabo por imaginar uma luz tão forte igual aquelas dos estádios de futebol. Mas o que acontece? No fim a luz acaba por piscar tanto que a sua energia acaba e o que resta é só a escuridão.
E não me venha com aquela história de tempo que dessa eu já me cansei. Todos acreditam que o tempo é a solução de todos os problemas, na verdade o tempo é a solução para os fracos que tem medo de encarar a verdade que o espelho reflete.
Pois é, eu não estou mais fluindo, a única coisa que flui aqui é a decepção. Aliás, essa é a única coisa que nunca deixa de fluir.
21/01/11
Rafaa!
ResponderExcluirO tempo... A gente só entende ele quando precisa dele.
E não é disso que o seu eu lírico tá precisando.
Adorei.
Beijos
Mais uma vez, muito bom o texto!
ResponderExcluirA parte que fala do tempo... foda!
Beijoss Rafa!
para de fumar, beijos
ResponderExcluirFoda foda foda!
ResponderExcluirQuero um autógrafo quando vc virar um escritor famoso, tá?
Somos humanos. Nada mais natural do que criar expectativa. E sendo assim, nada mais "normal" do que "quebrar a cara".
ResponderExcluirSó que se a gente não se arriscar, a gente não vive. E estamos aqui pra quê? Pra passar uma vida inteira escondidos e fugindo de tudo? Não, né... Por favor!
É clichê, mas o tempo ajuda, sim. Não apaga nada, mas ameniza... E disso eu sei bem, né? hahahha
Beijo!
Puta ansiedade Rafa, e isso é foda, quando se quer muito uma coisa, quando se mentaliza muito uma coisa, acaba dando nisso, uma moeda tem dois lados, nunca vão cair ambas as partes pra cima fato, agora a escolha é sua se joga a moeda e espera pra ver qual lado cai, ou se seu desejo é tão voraz a ponto de partir a moeda ao meio e ver assim seus dois lados.
ResponderExcluirAbração Rafa e parabéns pelo blog mano.
O tempo passa e varre muita coisa, jamais apaga, alguma poeira sempre fica, mas a nossa capacidade de 'sacudir a poeira e dar a volta por cima' é indescritível, possuímos uma força que por vezes nós ignoramos e que quando vem à tona, simplesmente nos ergue e faz enxergar que é vivendo que se aprende, é caindo que nós aprendemos a nos levantar e que às vezes é preciso quebrar a cara pra aprender...'Vida Louca Vida, Vida Imensa...Ninguém Vai Nos Perdoar, Nosso Crime Não Compensa...'
ResponderExcluirBeeeijos
amei Rafael. mais uma vez né...
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