terça-feira, 24 de agosto de 2010

Um Anônimo Espúrio

Você não sabe como é estar aqui. Far-se-ia necessário sentir na pele o que eu sofro todos os dias, pisar no chão que eu piso (se é que ao menos existe um chão), respirar do ar que minhas narinas são obrigadas a absorver.

Minha vida é um constante caos, eu não tenho um segundo se quer de paz. Sempre é um problema atrás do outro, desafios contínuos e não cessa, nunca cessa.

Não suporto mais lutar por uma causa que eu não acredito, não consigo mais viver assim. Essa situação está me dilacerando aos poucos. Sou como um leproso que a cada dia que passa perde uma parte do seu corpo, da maneira mais cruel e dolorosa que você pode imaginar.

Sou um anônimo espúrio, o qual não consegue esboçar um sorriso em sua face e nem sentir a mais efêmera felicidade. Aqui ninguém é feliz, é impossível ser feliz com essa sensação, com esse chão, com esse ar.

Conduza-me para longe daqui, eu não agüento mais olhar as minhas cicatrizes e não ter alguém para abraçar. As conseqüências de eu ter escolhido seguir por esse caminho são mais fortes do que um dia eu possa ter imaginado. Esse caminho só me trouxe dor, sofrimento e vícios.

Eu ainda acredito em super-heróis, sou obrigado a acreditar neles. Irônico é que eu sou o que você chama de herói...

Capitão, eu imploro, me tira daqui, eu quero paz, eu preciso de paz.

22/08/10

domingo, 22 de agosto de 2010

Penfold - I'll Take You Everywhere

Painted skies and shining stars reminds us of the hours
that we spent at the dining room table drawing pictures of
nothing important
Everything we loved
And even though our fingers got sore and our eyes began to ache,
we would never stop
We would never stopIt's these things created by tiny hands that were hung on walls
and wrapped as gifts
Acted as the words we never said but wish we had before you
left
It's too late to tell you that I care and I'm wishing you were
here
And I think it would be better if you had never left at all
This place is not the same without the smile on your face
And if you were here then I would take you everywhere

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Não Mais

Estou deitado com meus braços cruzados. Finjo que é por causa do frio dessa madrugada, mas na verdade eu estou compondo um escudo, uma espécie de escudo protetor para que você não me corrompa novamente.

Não mais ser possuído, não mais ser dominado. Eu me cansei de você, de todos os seus prazeres efêmeros e da sua poesia hipócrita.

Meu escudo imaginário não é tão anêmico assim. Aqui você não entra mais, o seu olhar não mais me corrompe e as suas palavras não mais penetram em meus ouvidos. Agora você me nauseia, me enoja. Da minha boca não mais vou proferir o seu nome.

Não mais vou querer passar nem um segundo ao seu lado, nem o mais efêmero segundo. De vícios já estou saturado com os meus.

Não mais. É, eu disse não mais.

(...) Descruzo meus braços, não mais preciso do meu escudo. Me libertei de você.

19/08/10

terça-feira, 17 de agosto de 2010

As estrelas...

A vida se transforma de um modo tão célere que se torna vital respirar uma, duas, três vezes para compreendermos essas mudanças e seguirmos o ritmo da dança.

Isso me remete as estrelas. Elas estão aqui nessa noite enquanto eu escrevo, elas estavam no mesmo lugar, intactas, quando eu me mudei pra Franca, quando dei meu primeiro beijo, quando minha avó morreu, quando minha irmã nasceu, quando eu dei meu primeiro passo, quando eu ainda nem estava aqui. As estrelas nunca vão se apagar, sempre vão estar lá ansiando por um olhar. Um olhar que busca refúgio, um olhar de saudade, de arrependimento, de êxtase, felicidade... Elas sempre vão estar lá em busca de um olhar.

Engraçado como algumas coisas mudam e outras nunca vão mudar.

29/07/10

A voz mais baixa da minha mente

Vejo-me tão só. Rodeado de corpos e carnes, mas carente de almas e essências.

Admiro-me com a freqüência e intensidade com que sou obrigado a me defrontar com meus medos e a sagacidade com que os enfrento. Mas isso, infelizmente, acaba por trazer-me conseqüências das mais diversas, como a ampliação dos meus vícios.

Sim, ampliei os meus vícios e não caminho mais sem eles, não respiro sem o amparo deles, não existo sem eles.

Fico sozinho nessa madrugada fria, sento na janela, coloco os meus pés pra fora e os fico balançando, pareço uma criança feliz, mas só pareço... Ficar sozinho na janela me faz bem, tenho um tempo só meu pra pensar. O problema é que às vezes eu acabo por escutar até a voz mais baixa da minha mente, até o sussurro mais efêmero não escapa da minha percepção. Esse sussurro é engraçado... Tem dias que ele fica lá escondidinho e eu mal o percebo, mas tem vezes em que ele se torna tão alto, tão gritante que eu mal consigo controlá-lo, só o contenho com o auxílio de um dos meus vícios. Na verdade eu só tenho a ilusão que o abafei, porque vira e mexe ele persiste em aumentar o tom de voz e volta a me incomodar. Mas eu ainda tenho fé que vou aprender a lidar com ele. É, eu ainda tenho fé...

10/06/10

Eu mandei cessar

A vida é feita de caminhos, caminhos distintos que nos levam a diferentes lugares, diferentes possibilidades e diferentes finais. Mas porque optar pelo caminho mais curto? Pelo menos perigoso? Dessa vez seja o primeiro a dar o tiro, o primeiro a dar o gole, o primeiro a tomar as decisões... Não, ninguém vai fazer merda nenhuma por você e não me venha com a pueril idéia de que o tempo irá deixar tudo mais claro, por favor, dessa eu já me cansei.

A minha dor avança desenfreadamente rumo ao meu peito e eu faço de tudo, eu juro que faço de tudo mesmo para impedi-la, mas ela nunca para, nunca. Mas acredito que é por eu ser diferente, eu sigo o caminho mais difícil, o com mais entraves. Não sei, eu devo ser doente mesmo. Mas tente um dia seguir esse caminho, quem sabe você não se revela tão adoentado quanto eu.

Me escuta, eu mandei cessar, eu mandei ces-sar, eu mandei c-e-s-s-a-r.

05/06/10

Por quanto tempo?

Um amigo meu me disse que eu encontrei algo muito forte, algo recíproco que eu nunca mais vou encontrar. Você acha que é recíproco? Só você pode me responder isso... Mas você consegue me responder? Aliás, você consegue se responder? Creio que não. Mas, por quanto tempo? Por quanto tempo?

Você diz ‘eu te conheço muito bem’ e eu digo o mesmo. Mas, se você me conhece tão bem, porque me deixa ficar assim? Por quê?

Pois é, como já disse, nós sempre compreendemos, nós sempre superamos, mas há algo que barra tudo isso, então por favor, por mim, acaba com essa barreira enquanto eu ainda estou de pé, enquanto ainda há aquela fé entre nós.

17/05/10

Estreitamento dos círculos

Eu enxergo o rompimento dos ciclos, eu pressinto o fim de uma era. É tudo o destino, ele quem comanda, ele quem dita as regras.

Já me falaram que nada é para sempre, mas eu ainda acredito, por mais utópico que isso seja, eu acredito. Também não tenho inocência o suficiente para acreditar que tudo seja para sempre, não tenho mesmo. Mas o que eu sei é que certas coisas nunca acabam, você só aprende com a sua maturidade e com a sua vivência a como controlar isso, em que lugar do coração você coloca aquela pessoa e aquela experiência. Isso faz parte da vida.

Prevejo o fim de uma era, e não, isso não me chateia, isso me motiva a cada vez crescer mais e perceber o quão valioso é o estreitamento dos círculos.

04/06/10

O Navio

Perdi o controle. Mas quem detém totalmente o controle sobre si mesmo? Aliás, quem um dia já sentiu assumir o pleno controle sobre o seu próprio eu? Talvez você já obteve essa sensação, mas é tudo uma mera ilusão meu caro, uma maldita ilusão.

Meus vícios e minhas emoções se intensificaram... É preciso ter cuidado. Preciso, necessário, mas não acredito ser meu anseio majoritário.

Vamos ver até onde eu navego sem o meu navio afundar. Quem sabe eu me torno um rapaz de sorte e me deparo com terra firme. É, quem sabe...

Enquanto isso eu, eu estou aqui, lutando diariamente para não perder o meu rumo e tirando litros e mais litros de água do meu navio para ele não afundar.

29/04/10

Algumas estações...

Comecei a me expressar mais. Nunca gostei de guardar meus pensamentos (apesar de muitas vezes ser a melhor solução). É engraçado como é necessário se expressar e deixar de se expressar simultaneamente. Isso me consome, mas muitas vezes se sentir incomodado é a solução mais viável, pelo menos por algumas estações.

17/04/10

Entende?

Tantas coisas que eu não entendo... Muita gente diz não entender quase nada dessa vida, mas são todos uns mentirosos, inclusive eu. Todos sempre entendem, só fingem não compreender para não haver a possibilidade de se machucar. Aí você acaba por aceitar os fatos como eles são e segue com essa maldita hipocrisia. Mas até quando? Até quando?
Talvez você tenha medo de arriscar. Confesso que eu possuía esse medo. Sentia-me covarde, incapaz... Assimilava-me com o Holden nesse aspecto. Mas sabe, eu consegui superar (assim como acredito que o Holden também conseguiu). Medo pra que? Medo de que? De se reerguer? De ter que lutar? Amadurecer? Viver?

Sinto muito meu caro, mas enquanto você for tolo nunca irá alcançar o clímax desse filme e irá vagar eternamente nessa sinopse medíocre.

15/04/10

Começo, meio ou fim?

Sou um tolo... Não, eu não sou um tolo, mas tenho medo de me tornar um... Ou será que eu já me tornei e nem ao menos me dei conta?

Só sei que eu te desejo mais do que devia... Sempre acabo por desejar mais do que devia.
Tudo de uma vez, sempre tudo de uma vez.

Porque tenho que ser tão intenso?

Quero te abraçar e nunca mais soltar.

Como já me disseram, “Dizer pra sempre é bem menos do que sentir na carne e querer de verdade”

Começo, meio ou fim?

11/11/09

Eu quero mais um copo.

Talvez a noite tenha voltado a me iluminar com as suas estrelas. Tudo parece mais calmo, mas mesmo assim aquela voz persiste em me perturbar... Mais um copo, por favor.

Mudei meus hábitos e intensifiquei meus vícios. É, nós sempre entendemos, sempre. Outro copo, por favor.

Afinal, você quer verdade ou desafio? Escolha. Eu quero mais um copo.

10/03/10

Uma mera ilusão...

Ele viveu intensos momentos e eu estava ao seu lado. Eu e a velha garrafa de vodka acompanhada de um cigarro entre os dedos.

Tudo parecia tão real...

Começamos a contemplar os momentos que passamos juntos, embriagados, alucinados e com aquele desejo de viver pulsando em nossas veias.

Mas aí ela aparece. Aparece só para dizer que tudo foi uma mentira, uma ilusão, que eu era um jovem problemático e doente. Mas como eu não presenciei todos esses momentos se eu me recordo tão bem? Lembro-me da sensação de felicidade dentro de mim, dos sorrisos reluzentes, de cada toque, de cada loucura provocada pela embriaguez de dois jovens que só queriam viver...

Como você se sentiria se descobrisse que tudo aquilo que viveu não passou de uma ilusão?

21/04/09

Quando eu me cansei

Mais uma vez aqui, sem saber por que, sem saber pra que.

Viver assim às vezes cansa, e estou me cansando com uma maior freqüência.

Não entendo esse mundo... Quer dizer, não entendo grande parte desse mundo.

Eu não quero continuar assim, não quero viver assim.

De repente tudo mudou... Acredito que foi porque eu mudei, e isso é tão valioso. Mas é triste ver tão poucas pessoas semelhantes a mim, que me compreendam.

Eu quero mudar o rumo dos meus dias, mudar minha vida, viver com um porque.

Quero caminhar à noite sem ter um motivo. Quero caminhar apenas porque quero, porque me sinto vivo.

Mas eu simplesmente não posso, não posso porque me sinto preso aqui.

Como eu queria que alguns dias fossem eternos... Não, não quero isso. Eu quero dias que sejam diferentes, novos, intensamente vividos por pessoas que têm dentro de si o ávido desejo pela vida.

É difícil colocar os fatos em uma balança. Merda de insegurança.

Eu quero viver, viver, viver. Será que é pedir demais?

Quero ser autêntico sem ter vergonha, sem me reprimir, sem ser obrigado a usar máscaras. Mentir às vezes cansa...

Cansei de viver assim, de agüentar tudo e continuar calado. Quero dar um basta, quero falar merda mesmo.

Cadê a porra do Carpe Diem? Pra que viver tão controladamente se o que eu quero é a aventura, a surpresa de cada dia, a sensação de sempre aprender mais, conhecer coisas novas, pessoas novas, sentimentos novos.

Oh capitão, como você me faz falta.

Agora que cansei deixo uma boa parte pra trás. E a parte que levo, se eu cansar, também deixo, porque me nauseia o desleixo pela vida.

19/12/08