quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

TIC-TAC, TIC-TAC, BUM!

TIC-TAC, TIC-TAC, BUM!
O tempo passa
Isso me deixa exausto
Não há mais sorrisos
O egoísmo tomou conta de todos os míseros seres rastejantes
Revolta.

TIC-TAC, TIC-TAC, BUM!
Me nauseia lhe ver vomitar palavras
Palavras falsas
Palavras imbecis
Palavras falhas
Hipocrisia.

TIC-TAC, TIC-TAC, BUM!
Eu dou meu melhor
Só recebo merda
Só recebo feridas
Só recebo dores
Fraqueza.

“Como um carro bomba não vejo minha hora de explodir e levar tudo comigo”.

20/09/11

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Narciso Morreu

Narciso se olhou dentro dos olhos, mas nada enxergou. Narciso estava morto, é ele estava morto.

Sua beleza, tão excepcional e admirável agora já não passava mais de pedaços fétidos de carne espalhados por uma pele esbranquiçada.

Narciso morreu e ninguém chora sob o seu túmulo. Como chorar por alguém que a muito já não estava mais entre nós?

Narciso morreu, sua arrogância o agonizou lentamente até o seu último suspiro, o mais amargo dos suspiros.

27/10/11

domingo, 30 de outubro de 2011

Mais uma Noite Desperto

Auto-negação das expectativas que não se concretizam.

Auto-negação dos delírios de Dionísio.

4 da manhã, mais uma longínqua noite desperto, mais uma longínqua noite acompanhado dos meus demônios.

Os anos se passam e a tecla da segurança se mantém enferrujada.

Medito, escrevo, leio, fumo, bebo, mas de nada adianta, nada resolve – não é tão fácil assim.

Amanhã, mais um dos muitos dias de expectativas falhas. Só pode ser ele pregando mais uma peça, mais uma de suas cruéis peças.

É melhor fingir, deixar pra lá, quem sabe cansa menos.

Entupir a velha caixa mofada, resquícios de tinta nessas folhas amareladas.

Mais uma noite sem dormir, e você aí.

27/10/11

domingo, 9 de outubro de 2011

Facadas, Cortes e Cicatrizes

Ele voltou, ele voltou!

Eu já o conheço muito bem, mas ele sempre me aparece como um estranho. Meu querido inimigo, meu repulsivo amigo.

O buraco foi preenchido, efemeramente, mas o foi. Só que agora o vazio retornou, a indisposição, a sensação de incapacidade, de desistência.

Para se alcançar o pôr do sol às vezes se faz necessário ultrapassar por toda uma tempestade - pelo menos é o que dizem.

Facadas, cortes e cicatrizes. Somente isso que me restou. Escute, não estou desistindo, você me escutou? Mas entenda que por hora talvez o vazio seja melhor – mesmo que mais doído – do que esse caos que já está a bater em minha porta.

A perfeição do imperfeito, a simplicidade do complexo, o medo da coragem, o enigma da sinceridade em seu sorriso.

09/10/11

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Recusa

Flores murchas e frutos podres.
Sorrisos falsos estampados nos carros alegóricos.
Bagagem inutilizável.
Caos interno.
O vazio impreenchível.
Reversão dos sentidos
Omissão dos amores.

Céu acinzentado, sem nenhum tom de azul.
O mar secou.
O sol não raiou.
Os pássaros não cantam mais.

Depressão profunda.
O fundo do poço.
É lá, lá que a luz queima e te deixa no breu.

As crianças foram infectadas.
Os idosos apodreceram.
Os adultos se conformaram.
Os jovens foram enviados a sanatórios.
Pílulas.
Lobotomia.

O amor... O que é o amor?
Morreu, ele morreu.
Suicídio.
Suicídio moral.
Hipocrisia humanística.

Recusa.

14/09/11

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Agosto

Agosto se encerra e eu me sinto renovado. As semanas passaram, as folhas caíram e o fruto da vida nasceu em mim.

A vida é curta, passa tão rápido por nossos olhos quanto o tempo que demora a um suicida se jogar do topo do prédio e cair ensangüentado no chão. É, eu já fui esse suicida. Não faço juras de nunca mais o sê-lo, mas no momento, é o que menos quero.

Agosto me proporcionou um olhar diferenciado, além do que se vê. Até o horizonte mais distante eu posso enxergar. É, eu posso ir até o horizonte mais distante.

Caminho para um novo incêndio, o qual apesar de sair com algumas queimaduras, me manterá vivo. Tenho orgulho em estar vivo.

Agosto dos novos amores, Agosto do gás, Agosto das construções, Agosto do impulso vital.

27/08/11

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Ser + Humano

O ser humano perdeu a sua essência, só sobrou-lhe o “ser” – se é que o “ser” ainda nos resta após tantas gerações – porque o humano já se transformou em um monstro.

Eles gritam suas teorias e teses ora reacionárias ora revolucionárias ora pseudo moralistas, vomitam suas salvações apoiados em ídolos distorcidos e tentam nos amordaçar para ficarmos completamente calados.

Veja bem, eu não sou o dono da razão, eu sou um merda, assim como você(s), mas eu enxergo que essas teorias de nada valem se não olharmos primeiramente na raiz dessa árvore. Qual é a raiz? A raiz é a humanidade. O homem deve aprender a se humanizar e compreender a essência de “ser” e a relevância do “humano”, e desvendar o mistério que une essas duas palavras.

Teorias vêm, teorias vão, e o monstro só cresce na humanidade, espalhando a discórdia, colocando um grupo contra o outro, tornando-os eternos rivais sem causa.

Pare, pense, somos todos humanos. Aprenda a humanizar e tranque esse monstro criado por você mesmo num quarto escuro, sem portas e sem janelas.

27/07/11

quinta-feira, 28 de julho de 2011

O Escafandro que Deseja Tornar-se Borboleta

Planos e promessas não cumpridas. Minha mente organiza tudo, cada ato em sua determinada gaveta e a data em que ela será aberta, mas na hora de abrir a gaveta eu fico amedrontado e não consigo abrir meus olhos e enxergar o que há lá dentro. Eu só permaneço escondido, espiando.

Não tenho coragem de proferir minhas palavras por medo do estrago que elas podem causar. Mereço um prêmio de “maior engolidor de sapos” por permanecer calado tantas e tantas vezes. Sou um escafandro que deseja tornar-se uma borboleta.

Mais um mês adiado, mais uma verdade guardada na caixa empoeirada ao lado.
Quando vou abrir a caixa e disseminar tudo por esse mundo? Quando vou contaminá-los com meu vírus insano? Quando vou injetar e gritar?

Erga-me a esse plano e faça-me não temer meus anjos, meus demônios e, especialmente, não temer o monstro que insiste em se intitular como humano.

27/07/11

quarta-feira, 13 de julho de 2011

São Paulo

A faca de dois gumes. Por um lado, a diversidade que tanto prezo, por outro, o caos que constantemente procuro evitar.

A cidade cinza, com seus carros, seus barulhos estrondeantes e sua poluição que necrosa as minhas narinas.

A cidade que amo, com seus bares, sua cultura e sua animação singular.

A felicidade atrelada com a tristeza, o alívio de mãos dadas com a dor, o sorriso acompanhado da angústia.

São Paulo, a cidade bi-polar que encanta.

04/07/11

Degrau por Degrau

Autoconfiança, (re) aprender a me aceitar, chegar ao ponto de me olhar no espelho e, ao invés de chorar ou gritar, esboçar um sorriso sincero.

É uma escada, uma gigante escadaria que constantemente aparenta não ter fim, mas hoje me foi possível enxergar que essa escada tem sim o seu topo e que dia menos dias eu o alcançarei.

E assim eu pretendo seguir, subindo um degrau de cada vez, pé por pé. Se eu vou chegar lá hoje, amanhã ou mês que vem tanto faz, o que importa é chegar, não é?

04/07/11

segunda-feira, 4 de julho de 2011

Peço Paz

E é aquilo de nunca ter um lugar que me traga a paz. Lá eu sou obrigado a vestir a máscara do equilíbrio e transmitir a paz e serenidade para todos, mesmo que por dentro eu esteja desequilibrado. Já aqui eu sou obrigado a fechar meus olhos, tampar meus ouvidos e serras meus lábios, pois caso o contrário, eu já teria morrido – e olha que eu já morri de diversas formas que vocês nem imaginam.

Todo aquele velho receio de ser quem eu sou, de queimar todas as máscaras e me lançar sem medo aos leões.

Não, eu não tenho paz, não sou equilibrado e muito menos sou cego, surdo ou mudo. Se eu não enxergo é porque minha visão esta embaçada de tanto chorar, se eu não falo, é porque minha voz já desapareceu de tanto eu gritar, e se eu não escuto é porque meus tímpanos já necrosaram com toda essa merda que eu sou obrigado a escutar.

Suplico pela minha paz de espírito, pela minha liberdade e pelo fim de todas essas mordaças. Mostre-me o caminho capitão, eu lhe imploro. Assumo todos os riscos e, se preciso, faço esse mundo parar de girar.

03/07/11

sábado, 18 de junho de 2011

Noite de Sexta já Não me Espera Mais

A auto-estima que não emerge jamais, os problemas que persistem em não se dissolver, a paz de espírito que me foi prometida nunca aporta em meu cais.

A minha mente esta perturbada de conflitos e demônios. Os problemas não param de surgir, cheguei ao ponto de que minha cabeça só não explode por ser anatomicamente impossível.

O relógio decidiu caminhar no ritmo mais lento possível. Talvez seja porque eu sou a lebre disputando a corrida com a tartaruga. O que devo aprender é ser a tartaruga e ir “devagar e sempre”, ligar o foda-se para tudo e me deixar levar como areia, livre, seja a caminho do mar ou na direção do sol, por mais longínquo que possa parecer.

Tudo a seu tempo, Rafa, tudo a seu tempo.

Mas a pergunta que não se cala é a seguinte: Porque o tempo decidiu ser tão cruel comigo?

18/06/11

sábado, 21 de maio de 2011

Um Brinde ao Mundo Real

O tempo passa e você percebe que as coisas não são tão perfeitas assim. É aí que você se vê obrigado a furar a bolha em que vive e sentir o ar de verdade penetrar pelos teus pulmões.

É, não é tão fácil assim, mas quem que disse que iria ser fácil? A vida é como o mar, traz belas ondas, mas vira e mexe um tsunami aparece e destrói com tudo. Mas sabe, sempre existe o outro dia, onde tudo esta devastado, mas ação por ação, tudo melhora e volta a se encaixar.

Um mundo paralelo é belo, mas, ao mesmo tempo, é falho.

Um brinde ao mundo real.

05/05/11

domingo, 8 de maio de 2011

Não Para de Correr

O ponteiro insiste em correr, feito um papa-léguas.

Quem diria, Maio já chegou, trazendo sua brisa gelada e os seus chuviscos que ora me molham e ora me escapam.

Faz tempo que não sento nessa janela, não é mesmo? Talvez eu ande fluindo bem, as coisas estão se encaixando com o tempo, peça por peça. Tudo ainda é um quebra-cabeça, mas agora eu já entendi a lógica dele, é só ir com calma e analisar qual peça se encaixa com a outra para assim eu conseguir emoldurá-lo e pendurá-lo em minha parede, para orgulhar-me e o mostrar-lhe aos meus amigos e inimigos, para que estejam felizes por mim ou se corroendo por dentro, isso pouco importa.

As estações passam e eu ainda estou aqui, procurando o meu propósito e lutando contra o tempo, contra o passar dos dias e a sensação de envelhecimento que, por mais exagerada que seja, me amedronta.

Assusta-me estar aqui e, ao mesmo tempo, estar tão distante.

05/05/11

terça-feira, 19 de abril de 2011

Almas Gêmeas Nunca Morrem

As brigas sempre foram constantes, mas há algum tempo, sinto que algo em nós se perdeu.

Freqüentemente me pego pensando em você e nos nossos constantes delírios e peripécias. Ainda é com você que me emociono relembrando nossas aventuras, nossos risos e nossas vidas.

Renasça em mim como uma fênix que, após cada adormecimento, surge mais bela e forte.

Ainda sei que, quando estivermos velhos e com nossas vidas vividas, sentaremos um ao lado do outro, para rirmos e lembrarmos-nos de tudo que vivemos juntos. Sem você, não tem graça, entenda isso, de uma vez.

Eu acredito que almas-gêmeas nunca morrem, mas talvez elas adormeçam por um tempo. E sabe, está na hora de acordar. Acorde e provoque em mim aquela sensação de que só de estar com você, eu já estou completo.

Almas gêmeas nunca morrem.

18/04/11

sábado, 2 de abril de 2011

Voe

Sinta-se livre, desprenda-se de tudo e de todos. Agora não há mais algemas, você esta livre, você pode voar.

Nenhuma palavra é aquilo que o dicionário diz. Faça de ti mesmo o teu próprio dicionário. Tuas palavras são tuas, teus gestos são teus, e tu te tornaras eternamente responsável por eles. Mas acredite, é um fardo que vale a pena carregar por toda essa estrada.

Desprenda-se agora desse chão duro e frio. Seus pés não mais estão fixados, você pode levantá-los, pular de um pé só, feito um saci, e, porque não, voar. Voe por todo esse céu azulado, cheio de nuvens brancas. Pode ficar tranqüilo, as nuvens são feitas de algodão, do algodão mais doce possível, aquele que adocica por toda a vida.

Voe, você pode. Agora você se desprendeu de qualquer vestígio de amarras.

31/03/11

sábado, 19 de março de 2011

Noite de Sexta me Espera

É noite de sexta e eu estou aqui, preso, sem poder sentir a energia noturna penetrar por toda a minha pele.

Quem sabe eu fuja só por essa noite. Vou me dar ao luxo de sair sem um tustão, somente com o meu cigarro entre os lábios e ir caminhar por toda essa praia que, apesar de toda a escuridão, ainda se mantém intacta.

É, eu falo sobre andar sem rumo mesmo. Virar na primeira esquina e seguir até onde eu quiser, até onde a minha intuição me guiar.

Eu sou um jovem que muitos já enxergam como adulto. Mas eu tenho uma surpresa pra vocês meus amigos, quem vos fala não é e nem pretende ser um adulto. Sigo a filosofia de sempre ser jovem, de nunca deixar a chama da juventude se apagar. Não estou me recusando a envelhecer e muito menos quero ser um neo Peter Pan ou coisa que o valha, mas eu sei que, por mais que as folhas persistam em cair, eu sempre vou manter a chama da juventude ardendo em meu coração.

Bom, acho que eu vou pular essa janela, só por essa noite mesmo. Os meus demônios estão a minha espera.

05/02/11

sexta-feira, 11 de março de 2011

A Névoa de Huracán e a Loucura de Dionísio

Eu não nasci para ser julgado como um normal. Eu odeio o politicamente correto, tenho asco de quem se força a ser um bom anfitrião e me enoja ter que manter as aparências.

Acredito que quando Huracán soprou sua névoa em meus olhos ele errou a mira e fez-me ver além do que os normais têm costume de ver. Entenda-me bem, não estou sendo egocêntrico ou coisa que o valha, eu só estou admitindo meu asco pela normalidade e a minha tendência para a loucura.

Ah, a loucura, o que seria dos seres humanos sem ela? É a loucura que me liga com Dionísio e transforma-me em um ser delirante. Sim, eu vivo em constantes delírios, freqüentes alucinações, independente do quanto isso possa me custar. E acredite meu amigo, isso me custa, e muito.

06/02/11

quarta-feira, 2 de março de 2011

As Águas de Março

Eu sempre fui um livro aberto, mas não como um livro qualquer. Sou daquela espécie de livro que precisa ser lido com atenção, que possui ligação entre todas as linhas e que, muitas vezes, há a necessidade de ser relido algumas vezes, pois certos trechos podem soar um pouco confuso, enigmáticos.

Acredito que estou no meu caminho certo, mas, como todo ser humano que se preze, possuo algumas falhas. Uma delas é a minha insegurança. Desde pequeno o medo de arriscar caminha junto a mim. Nunca gostei de dar o primeiro tiro, sempre preferi estar junto com quem atira primeiro, para sentir toda aquela emoção da bala saindo do revólver em direção ao alvo, mas sem correr o risco do tiro sair pela culatra. Talvez isso seja covardia da minha parte, ou talvez seja uma possível pseudo sagacidade.

Acredito ser autêntico, mas me falta a segurança de sair do comodismo e cavar mais fundo. Não é porque estou bem que tenho que evitar procurar o paraíso, não é mesmo? Sim, eu ainda sou o ingênuo que acredita que tudo pode ser melhor.

Criei diversas metas para esse ano. Sempre achei metas uma bobagem, mas dessa vez vou fazer diferente. Vou buscar estrelas nesse céu negro e vou me atrever a olhar o que se encontra atrás dessas portas entre abertas nesse gigantesco caminho que alguns têm o costume de chamar de vida.

As águas de março vão fechar um ciclo e abrir o caminho para um novo eu, para um ser que não tem medo de arriscar.

02/03/11

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

A Faca e o Queijo

A faca esta na mão e o queijo esta sobre a mesa, pronto para ser cortado. Mas e se eu não estiver com fome? E se essa faca não estiver suficiente amolada? E se o queijo for tão duro que nem a mais afiada das facas consegue fazer um mísero corte nele?

A vida é conduzida pelas motivações. É como um trem, que todos os dias transporta os seus passageiros de um destino A até um destino B. Mas e se hoje não houvesse nenhum passageiro para o trem apanhar? Há fundamento em o trem se locomover de um lado para o outro se não há nada ou ninguém para ser transportado?

Motivações, é disso que eu preciso. Sonhos são essenciais, mas eu já estou com o copo transbordando sonhos para tudo quanto é lado. Agora só preciso daquele empurrão para eu me motivar a concretizá-los, aquele empurrão que é difícil de ser dado.

Basta de me motivar por alguém, eu é que tenho de criar as minhas próprias motivações, meus anseios. Fazer por mim e para mim, sabe?

É, esse ano o trem vai operar a todo vapor. Próxima parada? Eu não sei qual será, mas sei que em algum lugar, dessa vez, eu vou chegar.

15/02/11

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Soneto Para o Mar

Não me canso de olhar-te
E divinar-me com tamanha beleza.
Tu és bravo e suave
Incita lágrimas e sorrisos.

Carregue minhas angústias para longe
Traga-me toda a poesia da vida
Leve meu medo embora com a correnteza
E traga-me com as ondas a coragem de ser intuitivo.

Um dia viverei junto a ti.
Sei que sorrisos tu irás me proporcionar
E que tristeza no meu lar não mais existirá.

Ó mar, junto a ti quero ficar
Energize-me e faça-me lembrar
Que ainda é possível brincar de sonhar.

04/02/11

sábado, 29 de janeiro de 2011

Essa Noite Eu Vou Dormir Feliz

Essa noite eu vou dormir feliz. Vou dormir feliz porque recebi a melhor notícia do mundo, a que estou no caminho certo.

Com uma conversa muito peculiar e especial, eu me dei conta do quão grande e forte eu sou. Percebi que as dificuldades estão aí, por todos os lugares, em todos os cantos, até nas menores frestas há dificuldades. Mas sabe de uma coisa, eu vou vencer todas. É, eu vou vencer.

A inveja também esta ai, presente em qualquer lugar. Mas eu não me importo, pois sei que sou mais forte do que qualquer pensamento negativo e que não há nada que me derrube no chão outra vez.

A minha intuição continuará a me guiar. Se eu decidir ir pra direita, eu vou pra direita, custe o que custar. Basta de ouvir os pensamentos negativos, basta de seguir a voz mais maléfica de minha mente. Agora vou ser guiado por meus anjos. Não que eu vá excluir meus demônios de minha vida, pelo contrário, darei ainda mais atenção a eles, afinal, os demônios nunca mentem.

A sensação de proteção e de felicidade é inigualável e incomparável. Eu sei que eu posso conseguir, e que eu vou conseguir.

Agora eu só enxergo o que eu quero enxergar e só escuto quem merece ser escutado por mim. Chega de ser o ingênuo que acredita cegamente nas pessoas. É tudo muito inconstante, as mudanças sempre estão aí. Eu vou é viver por mim, pois eu sim sei o que realmente quero e o que realmente vou conseguir, que é ser feliz.

Essa noite eu vou dormir feliz porque sou o senhor do meu destino, porque eu quem dito as regras e eu que dou as cartas desse jogo chamado vida.

É, esse não é um texto qualquer, é um texto que clama por felicidade. E essa felicidade há de chegar a meu lar. Custe o que custar.

Carpe Diem!

29/01/11

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Shiva Volta a Atacar

Descarto meu cigarro pela metade e corro até o meu quarto para escrever.

O ato de escrever me é fascinante. Sempre quando estou mal penso que escrever me ajuda, mas nem sempre é assim. Freqüentemente tenho medo da escrita, de ler com meus próprios olhos o que a minha mente diz. É uma sensação estranha, temer a própria mente, os próprios pensamentos e as intuições. Acabo por repulsar e me impulsionar para a escrita simultaneamente.

Hoje eu escrevo por estar agoniado e aflito. Talvez eu esteja passando por mais uma decepção, mais uma pra minha extensa lista. Estou me decepcionando mais uma vez, e novamente minhas expectativas e ânsias caem em queda livre.

Estava estranhando a relativa duradoura sensação de paz de espírito. Shiva realmente não demora a atacar quem vos escreve.

A caixa perdeu as cores, o poço voltou a encher e outro tombo se concretiza. Não mais me incendeio, não mais obtenho êxito e a queda acaba comigo espatifado em pedaços no chão quente e cinza.

Eu realmente tento acreditar na sua teoria, de que é preciso tempo, conhecimento, pra chegar naquele degrau que eu posso esquecer os meros mortais. Mas às vezes tenho medo de isso nunca se concretizar. As situações da vida sempre me são complicadas, dolorosas e só me causam tormentos e pesadelos.

Às vezes penso naquela história de colocar tudo em uma caixa de papel, embrulhá-la e mandá-la para bem longe, para um lugar onde nem eu nem ninguém possa achá-la e abri-la. Mas sei que isso é impossível, não é mesmo?

Tento não ter expectativas, não me prender tanto a uma idéia, mas eu não consigo, eu não consigo. Acabo sempre me deslumbrando quando uma luz se acende, mesmo a luz sendo fraca e piscando vez ou outra eu sempre acabo por imaginar uma luz tão forte igual aquelas dos estádios de futebol. Mas o que acontece? No fim a luz acaba por piscar tanto que a sua energia acaba e o que resta é só a escuridão.

E não me venha com aquela história de tempo que dessa eu já me cansei. Todos acreditam que o tempo é a solução de todos os problemas, na verdade o tempo é a solução para os fracos que tem medo de encarar a verdade que o espelho reflete.

Pois é, eu não estou mais fluindo, a única coisa que flui aqui é a decepção. Aliás, essa é a única coisa que nunca deixa de fluir.

21/01/11

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

O Poço das Lamentações

No meu bairro havia um poço. Era um poço igual a todos que eu já tinha visto, só que ele não possuía água alguma e as pessoas não extraiam nada dele, pelo contrário, os habitantes do meu bairro jogavam suas lamentações nele.

O poço das lamentações, como era conhecido, fora utilizado diversas vezes por mim, por amigos, conhecidos... Era um poço que, só ao se aproximar dele, já penetrava uma sensação pesada no coração, como se todas as lamentações e angústias do mundo estivessem naquele ambiente.

O lugar onde o poço foi instalado era vazio. As flores ao redor eram todas murchas, o solo era mais arenoso do que pó de milho, não havia qualquer tipo de vida nas redondezas, nem o menor dos insetos e, pode ser coisa da minha cabeça, mas parecia-me que quando eu chegava próximo ao poço o céu escurecia e um forte calafrio surgia em minha espinha.

Dentro do poço havia lamentações sobre entes queridos que morreram, amores perdidos, oportunidades não aproveitadas, brigas que acabaram mal e por aí vai.
Até que um dia, não me pergunte o porquê, esse poço explodiu. Uma forte nuvem negra pairou por todo o meu bairro e, repentinamente, todos sentiram uma forte tristeza dentro do peito. Acredito que o poço se saturou, já não cabia mais nem a menor das lamentações dentro dele.

Mas, e agora? Onde vou depositar minhas lamentações? Como conviver com todas essas angústias, decepções e tristezas que a vida me trouxe?

Foi aí que eu aprendi a discernir certas coisas da vida. É como se nós fossemos um trem operante e fossemos obrigados a parar em todas as estações para pegar os nossos passageiros. Alguns passageiros trariam para o trem alegria, amor e felicidade, enquanto outros vinham carregados de tristezas e lamentações. E o que fazer? Aprender a lidar com isso. As lamentações estão aí, na frente de nossos olhos, e poço nenhum as apaga de nossa vida e não há venda que bloqueie nossa visão por completo.

As lamentações, as decepções e as frustrações estão aí e não há o que fazer. Tem que lidar com isso meu caro. É difícil eu sei, mas tem que lidar.

14/01/11

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

A Caixa

Eu tenho uma caixa que se mantém fechada desde que eu me conheço como gente. Já tentei abrir essa caixa diversas vezes, mas todas tentativa foram em vão.

É uma caixa que muda de cor conforme a situação. Ela já foi azul, vermelha, preta, cinza, rosa, branca, e agora esta de uma cor que eu não consigo definir. Talvez seja um vermelho misturado com azul, verde e umas pitadas de branco. É, eu não consigo definir a cor dessa caixa nos dias de hoje.

Minha caixa tem vários nomes escritos em volta dela. Alguns nomes eu risquei, pois prefiro não lembrar que eles existem. Já outros nomes estão marcados nela pra lembrar quem eu realmente sou.

A caixa também está com algumas deformidades e uns rasgos, das vezes em que tentei rasgá-la de todas as maneiras imagináveis e inimagináveis e não obtive êxito algum.
Já tentei me desfazer dessa caixa. Teve um dia que a joguei nos trilos do trem mas, inexplicavelmente, a caixa estava intacta após o trem passar. Aí decidi recolhe-la dos trilhos e leva - lá pra casa junto a mim.

Essa caixa aguça minha curiosidade e deixa minha ansiedade a flor da pele. Porque eu tenho essa caixa? Porque nunca consegui abri-la? E as cores, quais os significados delas?
Talvez a caixa esteja aí pra ser aberta num dia de sol, onde os pássaros vão cantar e as nuvens vão desenhar o céu. Ou talvez a caixa seja feita pra alguém simplesmente abri-la com alguma técnica que eu desconheço e me deixe de olhos arregalados.

Pois é, eu tenho uma caixa e por muito tempo eu tentei descobrir o que há dentro dela, mas sempre me frustrei. Agora eu a guardo num lugar seguro e espero um sinal ou alguém que me mostre como abri-la.

Talvez essa caixa seja o meu tesouro, um tesouro que eu desconheço, o qual só será revelado quando eu menos esperar.

Num dia de sol ou numa noite de luar. Agora tanto faz.

04/01/11