quinta-feira, 28 de julho de 2011

O Escafandro que Deseja Tornar-se Borboleta

Planos e promessas não cumpridas. Minha mente organiza tudo, cada ato em sua determinada gaveta e a data em que ela será aberta, mas na hora de abrir a gaveta eu fico amedrontado e não consigo abrir meus olhos e enxergar o que há lá dentro. Eu só permaneço escondido, espiando.

Não tenho coragem de proferir minhas palavras por medo do estrago que elas podem causar. Mereço um prêmio de “maior engolidor de sapos” por permanecer calado tantas e tantas vezes. Sou um escafandro que deseja tornar-se uma borboleta.

Mais um mês adiado, mais uma verdade guardada na caixa empoeirada ao lado.
Quando vou abrir a caixa e disseminar tudo por esse mundo? Quando vou contaminá-los com meu vírus insano? Quando vou injetar e gritar?

Erga-me a esse plano e faça-me não temer meus anjos, meus demônios e, especialmente, não temer o monstro que insiste em se intitular como humano.

27/07/11

quarta-feira, 13 de julho de 2011

São Paulo

A faca de dois gumes. Por um lado, a diversidade que tanto prezo, por outro, o caos que constantemente procuro evitar.

A cidade cinza, com seus carros, seus barulhos estrondeantes e sua poluição que necrosa as minhas narinas.

A cidade que amo, com seus bares, sua cultura e sua animação singular.

A felicidade atrelada com a tristeza, o alívio de mãos dadas com a dor, o sorriso acompanhado da angústia.

São Paulo, a cidade bi-polar que encanta.

04/07/11

Degrau por Degrau

Autoconfiança, (re) aprender a me aceitar, chegar ao ponto de me olhar no espelho e, ao invés de chorar ou gritar, esboçar um sorriso sincero.

É uma escada, uma gigante escadaria que constantemente aparenta não ter fim, mas hoje me foi possível enxergar que essa escada tem sim o seu topo e que dia menos dias eu o alcançarei.

E assim eu pretendo seguir, subindo um degrau de cada vez, pé por pé. Se eu vou chegar lá hoje, amanhã ou mês que vem tanto faz, o que importa é chegar, não é?

04/07/11

segunda-feira, 4 de julho de 2011

Peço Paz

E é aquilo de nunca ter um lugar que me traga a paz. Lá eu sou obrigado a vestir a máscara do equilíbrio e transmitir a paz e serenidade para todos, mesmo que por dentro eu esteja desequilibrado. Já aqui eu sou obrigado a fechar meus olhos, tampar meus ouvidos e serras meus lábios, pois caso o contrário, eu já teria morrido – e olha que eu já morri de diversas formas que vocês nem imaginam.

Todo aquele velho receio de ser quem eu sou, de queimar todas as máscaras e me lançar sem medo aos leões.

Não, eu não tenho paz, não sou equilibrado e muito menos sou cego, surdo ou mudo. Se eu não enxergo é porque minha visão esta embaçada de tanto chorar, se eu não falo, é porque minha voz já desapareceu de tanto eu gritar, e se eu não escuto é porque meus tímpanos já necrosaram com toda essa merda que eu sou obrigado a escutar.

Suplico pela minha paz de espírito, pela minha liberdade e pelo fim de todas essas mordaças. Mostre-me o caminho capitão, eu lhe imploro. Assumo todos os riscos e, se preciso, faço esse mundo parar de girar.

03/07/11