segunda-feira, 2 de abril de 2012

A Carne é Trêmula e as Rosas são Selvagens

O enjôo matinal transforma-se num ávido desejo noturno.

A carne, com o passar dos minutos, torna-se trêmula, completamente trêmula.

Amores crescem como os frutos das árvores.

E hoje, bem, hoje eu percebi o quanto o lado direito mexe comigo.

Listras alaranjadas, amarelas e azuis, todas se confundindo e desaparecendo com o menor dos suspiros.

O navio ainda se intitula de “umnavio”, porém, cais tentadores é o que não falta por esses mares.

Sorrio, fito seus olhos, sorrio, me despeço.

Fui obrigado pelos deuses a me retirar e, pelos mesmos, fui jogado no olho do furacão, aguardando insanamente pela minha inevitável morte. Porém, ao sentir essa iminente sensação de perigo, meus olhos se abrem e enxergam a luz. E é essa luz que me conduz a eles, a todos eles.

Ao me encontrar com esses seres sinto-me obrigado a arriscar. É uma força impulsiva que eu não consigo controlar. Força utilizada em vão – como todas as outras vezes – mas pelo menos ela foi utilizada.

Aprenda: as rosas são selvagens e, ao despertar de seu botão, elas desejam incontrolavelmente possuir tudo o que esta em sua volta. Tudo.

21/01/12

3 comentários:

  1. Vc devia lançar um livro, Rafa.



    Larissa Nogueira

    ResponderExcluir
  2. Simplesmente lindo Rafael Cavalcante, Palavras belas, tristes, intensas, um misto de sentimentos quase que intangíveis, Tenho orgulho de você!

    ResponderExcluir
  3. Priminho,
    o seu poema estava lindo.
    Te adoro Rafinha!
    Bjs Ana Paula

    ResponderExcluir