segunda-feira, 4 de julho de 2011

Peço Paz

E é aquilo de nunca ter um lugar que me traga a paz. Lá eu sou obrigado a vestir a máscara do equilíbrio e transmitir a paz e serenidade para todos, mesmo que por dentro eu esteja desequilibrado. Já aqui eu sou obrigado a fechar meus olhos, tampar meus ouvidos e serras meus lábios, pois caso o contrário, eu já teria morrido – e olha que eu já morri de diversas formas que vocês nem imaginam.

Todo aquele velho receio de ser quem eu sou, de queimar todas as máscaras e me lançar sem medo aos leões.

Não, eu não tenho paz, não sou equilibrado e muito menos sou cego, surdo ou mudo. Se eu não enxergo é porque minha visão esta embaçada de tanto chorar, se eu não falo, é porque minha voz já desapareceu de tanto eu gritar, e se eu não escuto é porque meus tímpanos já necrosaram com toda essa merda que eu sou obrigado a escutar.

Suplico pela minha paz de espírito, pela minha liberdade e pelo fim de todas essas mordaças. Mostre-me o caminho capitão, eu lhe imploro. Assumo todos os riscos e, se preciso, faço esse mundo parar de girar.

03/07/11

5 comentários:

  1. Essa tão falada paz, para mim, é inexistente nos dias atuais. Quando muito ela é temporária, indo e vindo como a mudança tão certa das estações. O vendaval de discórdia em que nós estamos atolados atingiu um nível tão grande que você precisa ter a força de Hércules para resistir a essas fases escuras, focando-se sempre na luz que você sabe que nunca se apaga. O que é essa luz pra você?
    Não deixe a vela se apagar, independente do frio ou tempestade.

    "There are brighter sides to life and I should know because I've seen them, but not very often".

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  2. Si vis pacem para bellum, ou, Se queres paz, prepara-te para guerra.
    Talvez esteja errada minha posição, mas penso o contrário do Junior. A paz existe. A interna. A do ser... Não a do parecer posta que a falsa imposição de ouvir o que não quer e fechar os olhos pro que quer não se põe distante do querer parecer algo ao omitir o que se tem para discutir ou se expor sobre o que se ouve e vê.
    Assim, assumir o risco sem depender de alguém pra mostrar o caminho.

    Por fim, concordo com ligeira alteração em "Não deixa a vela se apagar, independente do frio ou tempestade"... mas não apenas a proteja. Deixe-a se fortalecer, crescer e ganhar luz maior para que não se ponha como a luz no fim do túnel, e sim, como a luz que ilumina a travessia a esse.

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  3. Espero não ter influência sobre esse texto kkk.
    Mas ficou muito bom mano.
    Parabéns

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  4. Muito,muito bom. Preciso dizer também,que concordo plenamente com o comentário do Junior P,não deixe a vela se apagar,independente da circunstância.
    Texto lindamente intenso,seus textos sempre tem um pouco de mim ( quase todos ) haha.

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