Eu subo até o precipício mais alto. Quando alcanço o topo eu examino primeiramente o céu e depois todas as pessoas lá em baixo, assimilando-se com formigas desnorteadas nesse formigueiro que intitulamos de vida. Decido sentar-me com os pés para fora do precipício enquanto reflito. Novamente dirijo meu olhar para o céu e penso em tudo o que já presenciei, no que estou vivendo e, como de praxe, ignoro o futuro distante. Nunca dou atenção para o amanhã longínquo, é tolice desgastar-se com a próxima cena enquanto a atual não obteve o seu fim.
Decido levantar-me e esboço um leve sorriso em minha face. Fecho meus olhos e me atiro do alto do precipício. Durante a queda recordo-me de todas as ocasiões em que eu cai e ela não fora aterrorizante quanto eu conjeturava. Quando eu abro os olhos vejo-me no chão, dilacerado, e com todas aquelas carnes que alguns chamam de ser humano me analisando por puro prazer doentio de olhar meu corpo desfigurado no chão. Ao vivenciar essa situação um novo sorriso é tracejado, mas dessa vez é um sorriso ímpar, que só quem já caiu do alto de um precipício consegue compreender. É nesse momento que me levanto e dou inicio a uma risada insana. Todas as carnes ambulantes arregalam os seus olhos cegos e aproximam-se do meu corpo, acreditando que eu sou um desvairado ou coisa que o valha. Ao deparar-me com essa reação eu desisto e inicio a minha caminhada rumo ao lugar onde eu chamo de lar. Durante essa caminhada eu esboço o meu terceiro e último sorriso, o qual exala felicidade por saber que logo estarei de encontro com algumas essências, alguns humanos de verdade. Essas essências entendem o porquê de eu sempre me jogar do precipício. E eu não vou parar enquanto não obter o meu êxito. É, eu não vou parar.
30/08/10
Tenso hem, gostei
ResponderExcluire não vai parar...
ResponderExcluir"é tolice desgastar-se com a próxima cena enquanto a atual não obteve o seu fim."
ResponderExcluir"E eu não vou parar enquanto não obter o meu êxito. É, eu não vou parar."
ResponderExcluirDigo o mesmo.
Adorei, sombrio no começo, mas depois surpreende.
:*
Eu sei o porquê de você se jogar do precipício. Sempre sei. Acho que me jogo pelo mesmo(s) motivo(s).
ResponderExcluirNaum achei nada sombrio!!
ResponderExcluirEu vivo me jogando ... rsrs
Achei divertido ...
Eu tenho mania de fazer esses sorrisos ...
meio sarcasticos!! e o pior é pra mim mesma rsrs
Tipo piada interna ...
Saudades de ti!!
Gaby
Parabéns Rafa, acho que esse é um dos espíritos da coisa, arriscar sempre!
ResponderExcluirACHEI sahushusahuashuashu
ResponderExcluirdaora mano, parabéns *-*
mas o preto com branco quase me deixou cego :D
gostei gostei
ResponderExcluirEsse começo é muito forte, mas que bom que essa pessoa tem forças pra lutar.
ResponderExcluirBom texto!
E é isso mesmo, Rafa. Eu não me canso de me espatifar contra a parede e me ver destroçado ao chão, mas mesmo assim eu recolho os cacos daquela velha organização e vou pra casa remontá-lo, afinal, amanhã é outro dia.
ResponderExcluirAdorei o texto.
Beijos, velho.
Consegui ler só por cima. :(
ResponderExcluirMas marco minha presença mesmo assim!
Beijo!
Nossa,esse texto me supreendeu! Para mim,o melhor!
ResponderExcluirNunca dou atenção para o amanhã longínquo, é tolice desgastar-se com a próxima cena enquanto a atual não obteve o seu fim.
Todos deveriam ter essas palavras em mente,e não se ''torturar'' por algo que ainda não aconteceu.É difícil,mas deveríamos !
Realmente adorei esse texto!
Seu vocabulário é muito para mim, mas por incrível que pareça eu consegui entender e achei muito bom!
ResponderExcluirAmei, como tudo que tu escreve.
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